sábado, 26 de abril de 2008

Teatro Infantil, sim senhor!

Às vezes, leio muitos comentários sobre a discriminação que sofre o teatro infantil, e ela existe sim! Mas, isso nunca me incomodou e nem me inibiu ao ponto de me fazer desistir de escrever textos para o público infantil, pois esses sempre me de-ram, e me dão muito prazer.

É claro que fico chateado com o demérito que dão aos textos infantis e ao teatro para as crianças de uma maneira geral, pois não é difícil ouvir algumas pessoas chamarem o teatro infantil de “pecinha”. Será mesmo uma “pecinha”? Tenho convicção que não!

Por mais que esse preconceito insista em rondar os palcos, sei que tem muita gente lutando para mudar esse quadro, pois muitos grupos estão dando muito mais valor à um bom texto, tendo um cuidado maior com o espetáculo como um todo, e principalmente, tratando criança como um espectador.

Já foi o tempo em que se achava que criança podia ser enganada, aliás, eu nunca acreditei nisso, sempre achei que quem se enganava de fato, era quem fazia do seu espetáculo, um arremedo de caras e bocas, acreditando estar agradado e oferecendo algo de qualidade para o público infantil.

Talvez esse pensamento tenha contribuindo um pouco para que o teatro infantil não fosse levado tão a sério, mas graças a Deus, e a quem acredita no teatro infantil como uma parte importante da arte de interpretar, as coisas estão começando a serem postas nos seus devidos lugares.

E quem acredita mesmo no teatro infantil como uma ferramenta importante e que contribui com a sua forma lúdica para o crescimento das crianças, deve encará-lo sempre de uma forma séria, pois assim, acredito que colocaremos o Teatro Infantil em um lugar de destaque.

Eu sou e sempre serei pelo Teatro Infantil, sim senhor! E torço muito para que a cada, mais grupos apostem em um Teatro Infantil mais profissional, que leve às crianças não apenas entretenimento, mas coloque em cada uma, o gosto pelo teatro e a vontade de assistir sempre que possível, um espetáculo infantil de verdade.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Meus Textos em Cartaz

EM MAIO
O CENTRO CULTURAL DE SÃO GONÇALO DO RIO ABAIXO/MG
Apresenta:
"GALO, GALINHO, GALÃO. AGORA JÁ TENHO ESPORÃO!"
TEXTO DE: Paulo Sacaldassy
10 de Maio de 2008 AS 16:00 H
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A IV Turma
do Técnico Ator do Senac- Santos
convida você para assistir
o Espetáculo de conclusão de curso:
“4 Doses de Comédia”.
Cenas com textos de autores de nossa região:

“Fulana, Sicrana e Beltrana”, de Paulo Sacaldassy
Contamos com a sua presença!
Sexta-feira, 18 de abril, às 20h30, no Espaço SENAC.
Av. Conselheiro Nébias, nº 309. Vila Mathias
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"Escuta Aqui Seu Ladrão" é a peça em cartaz neste fim de semana"

O Grupo Reflexo-ação de Ouro Fino/MG se apresentará neste fim de semana, dias 12 e 13, às 20h no Teatro Municipal. A peça em cartaz é “Escuta aqui seu ladrão! ”, uma comédia de Paulo Sacaldassy com Caio Barros, Edgar Augusto e Tati Bueno.

sábado, 19 de abril de 2008

A hora do teatro

É chegada a hora e a vez do teatro, mas de todo o teatro, não apenas de uma parte privilegiada. É a hora daquele teatro feito com sacrifício, e que acaba quase sempre sem incentivos. Do teatro sem estrelas globais, que batalha incansavelmente para colocar o seu espetáculo na rua.

É chegada a hora também, de um novo modelo de incentivo, que contemple todo o segmento do teatro, pois é sabido, que a Lei Rouanet, acaba no final, beneficiando apenas, os artistas de grande mídia, pois os empresários, aproveitam-se disso, para atrelar as suas marcas, ao artista de sucesso.

Não me parece justo também que somente os projetos do eixo Rio-São Paulo realizados com artistas consagrados, no fim, acabem levando a melhor por suas próprias condições. O artista que está no Sul, no Norte, no Nordeste, ou ainda no Centro-Oeste, deve, e merece ter as mesmas chances de arrecadarem incentivos.

A maioria dos artistas envolvida com o teatro, hoje tem essa consciência, que é preciso buscar um mecanismo mais justo, e que contemple todo aquele artista ou grupo, que se pré-disponha a realizar o seu espetáculo, seja lá de onde quer que ele seja.

Como escrevi em um outro artigo, ainda acho que a indústria da cultura será a grande geradora de empregos deste país, e creio que talvez o início deste proces-so, passe pela reformulação dos modelos de incentivos fiscais. Talvez nem seja necessário uma outra lei para isso, acho que nem seja mesmo, apenas encontrar algum instrumento legal que proteja toda a classe teatral, e preserve a igualdade entre todos.

É certo e sabido que artistas de grande mídia, sempre levarão vantagem sobre os outros, pois famosos levam e levarão vantagem por si só. Mas, a culpa não é deles, e eles nem estão errados em buscar aquilo que a lei lhes oferece, então, onde está o problema? Acho que é fácil de se enxergar.

Fica aqui esse artigo, como mais um manifesto de apoio à classe artística teatral, que tem buscado um novo modelo de incentivo fiscal, onde cada grupo ou artista de teatro, possa reunir condições reais para levar à sua arte à todos que não têm a oportunidade de assisti-la.

sábado, 12 de abril de 2008

Escrever dá uma preguiça...

Dois amigos que dividiam o mesmo sonho tornarem-se roteiristas, dramaturgos, ou quem sabe, novelistas de sucesso, encontram-se após algum tempo, e um virou-se para o outro e disse:

- E aí, escrevendo muito?
- Caramba, tive uma idéia incrível para escrever uma história! Você não acredita! Quando eu escrever, vai ser o maior sucesso!
- E ainda não escreveu por quê?
- É que eu ando meio sem inspiração!

Pronto, chegamos ao ponto! Quem acredita que só vai conseguir escrever quando bater a inspiração, deve repensar o sonho de se tornar escritor, pois, com certeza, isso não passará de um sonho.

Escrever, como qualquer outra atividade artística, demanda uma equação simples: cinco por cento de inspiração e noventa e cinco por cento de transpiração. Escrever é um exercício que se aprende escrevendo, e não existe outro jeito para se tornar escritor, por mais que se tenha criatividade e idéias em abundância.

Contar uma história pode até parecer uma coisa simples, mas quando chega o momento de colocá-la no papel é que se descobre que a tarefa não é assim tão simples como antes se pensava.

Há de se ter muita disposição para se dedicar a arte de escrever. É necessário aprender a escrever, mesmo quando não se tem nenhuma inspiração, e acima de tudo, ter disciplina e praticá-la continuamente. Se esse é o segredo, não sei, mas, aquele que consegue escrever uma ou duas horas por dia, todos os dias, terá mais habilidade e estará mais condicionado, do que aquele que escreve oito, dez, ou doze horas em um único dia.

Ás vezes, se tem muitas idéias, mas não se tem o dom para escrever. O gostar das letras, não é pré-disposição para ninguém se tornar um escritor, por isso, não há porque ficar triste se não conseguir, afinal de contas, o que seria dos escritores, se não houvessem os leitores?

Uma coisa importante para quem pensa viver das letras é que não se deve esperar grandes remunerações, nem uma popularidade imediata, pois, escrever não traz notoriedade, nem tão pouco é capaz de dar a independência financeira logo no primeiro trabalho. Escrever, acima de tudo é cativar o outro através de suas palavras, e isso demanda um certo tempo, e uma boa dose de insistência.

Então, aquele que assim mesmo quer isso para sua vida, deve deixar a preguiça de lado, e começar escrever uma folha por dia, a seguir, escrever duas folhas, depois, escrever três, e quando menos esperar, terá colocado a sua história no papel.

E lembre-se de uma coisa, o exercício de transpiração lhe ajudará a completar a sua inspiração.

sábado, 5 de abril de 2008

Nem tudo está perdido

Parece que depois de muitos protestos, mesmo quee velados, alguém se mostrou realmente preocupado em preservar a profissão de ator, pelo menos é o que vejo na intenção do Sindicato dos Atores do Rio de Janeiro, que resolveu negar a autorização para participação em programas de TV, de pessoas que se lançam ao estrelato através dos "BBBs" da vida.

Já não era sem tempo que fosse tomada uma atitude desta, pois não é possível, que pessoas que passam anos e anos estudando, se aprimorando para exercer a sua profissão com dignidade, tenham suas chances podadas por pessoas que estão preocupadas apenas em aparecer na mídia.

Nada contra essas pessoas que se submetem a programas do tipo “reality show”, pois cada um faz da sua vida o que bem quer, se elas optam em sujeitar-se à exibição em programas desse tipo, o problema é exclusivamente delas, mas, o que realmente é inaceitável é que essas pessoas, após colocarem-se numa vitrine expondo seus dotes naturais, se acharem capazes o bastante para atuarem com atores e atrizes.

Espero que essa atitude tomada pelo Sindicato do Rio de Janeiro seja seguida pelos sindicatos de outras regiões, pois já estava mais do que na hora de se ter preservado, o direito de quem escolheu ser ator, que busca incansavelmente, o aprimoramento da profissão, na esperança de conseguir um dia, a oportunidade de mostrar o seu talento.

Tal atitude também vem contribuir para desestimular outras pessoas, que para realizarem o sonho de serem artistas, desejam participar de programas do tipo “reality show”, para aparecerem na televisão, e assim, se acharem no direito de fazer parte de uma novela, em detrimento de quem tem de fato e de direito a incumbência de participar.

Está mais do que na hora de colocar essas pessoas nos seus devidos lugares. Se a pessoa quer apenas aparecer na mídia, ficar famosa e sujeitar-se a tudo o que essa aparição possa lhe render, que seja assim. Mas, que essas pessoas, não tenham o desplante de posarem como atores, e acharem que podem exercer as suas funções.

Muito bem-vinda tal resolução do Sindicato, e que ela possa ser comemorada e repassada para toda à classe artística, a fim de manter viva a esperança da respeitabilidade para com a profissão de ator, que jamais pode ser comparada como algo simplista, que qualquer pessoa aparecida, seja capaz de realizar.