domingo, 24 de fevereiro de 2008

CARTA ABERTA À CLASSE ARTÍSTICA

Nós, Autores Teatrais e Roteiristas, em face à lacuna de divulgação dos interesses comuns a toda a Classe Artística, vimos no intuito de esclarecer à população da Lei Federal nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação dos direitos autorais e dá outras providências.

Ressaltamos a importância da divulgação e cumprimento desta Lei para todas as partes interessadas no assunto que se ampara no Direito do Autor e todas os desdobramentos, haja visto que nesta área, também, existe a interdependência entre diversos personagens, pois não há como excluir qualquer uma das partes. Não há como acontecer um espetáculo sem texto, sem iluminador, sem diretor, sem atores, sem dramaturgos. Todos são importantes e insubstituíveis.

Ter o seu nome em um trabalho montado, receber os honorários pela produção de um texto, dar a autorização para a estruturação de um espetáculo é se notar valorizado, assim como receber os aplausos do público, público este que vai a um teatro para assistir uma peça.

O cumprimento da lei dará aqueles de direito o pleno reconhecimento de seu trabalho e fortalecimento da Classe Artística.

Outro ponto que precisamos é do apoio das Autoridades Instituídas, às quais devem ser sensibilizadas quanto ao cumprimento da Lei e, muitas vezes não procedem de forma legal por desconhecimento, então, através das Secretarias de Culturas e órgão especializados na esfera municipal, estadual, distrital ou federal, dar-se-á ciência a todas citadas Autoridades.

Participe desta caminhada. Leia, divulgue e cumpra a lei. Todos ganharão.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

A indústria do futuro

Por certo, alguns quando lerem esse artigo não concordarão comigo, outros, até me chamarão de “sem juízo”, ou sei lá mais o quê, mas tenho aqui comigo, a impressão de que a cultura será a grande indústria do futuro, e a maior geradora de empregos do país, pois é evidente o crescimento da indústria do entretenimento, e a cultura é sem dúvidas, a principal vertente deste segmento.

Pode não parecer, ou às vezes até passar despercebido por muitos, mas a realização de uma obra cultural envolve um número enorme de pessoas, e quando isso passar a ser enxergado de uma forma mais profissional, todos sairão ganhando, e a cultura alcançará, com certeza, o status de uma grande indústria.

Vejam só o exemplo de uma simples peça teatral: Quantas pessoas são envolvidas para a realização do espetáculo? Autor, diretor, ator, atriz, iluminador, cenógrafo, músico, figurinista, produtor, divulgador, isso falando apenas na principal cadeia produtiva. Imaginem isso numa grande escala e feito de uma forma mais profissional.

A cultura do país ainda é tratada com casca e tudo, e os poucos incentivos que são dados, servem apenas para mascarar a situação de como a cultura é tratada no país, e tem o simples propósito de cumprir um dever que todo governo tem, que é o de fomentar a cultura de seu povo.

Mas, muito mais que fomentar a cultura com algumas migalhas, o governo deveria enxergar a cultura, como uma industria, tal qual ela é. E é lógico que a culpa não é só do governo, todos nós que estamos de uma forma ou de outra ligados a cultura, precisamos também, pensá-la como indústria, e aprender a gerir esse negócio.

Todos os segmentos da economia têm as suas dificuldades, não é diferente com a cultura, e não cabe aqui, ficar só atirando pedras no governo, seja ele qual for. É hora de olhar para o segmento da cultura, com olhos de empresários, e acabar com aquela máxima de que o artista é um sonhador, e tem que viver à margem da sociedade por não tem recursos.

A cultura tem a força, e é um segmento que pode e tem todas as condições de se transformar, como já disse antes, no maior pólo gerador de emprego, e já que o governo ainda não se apercebeu disso, o próprio segmento pode mostrar a sua força econômica e construir um novo modelo de cultura.

É claro que não é fácil, e é preciso de um mínimo de infra-estrutura para formatar um modelo rentável de negócio, mas se pensarmos nossos projetos muito mais além de que uma obra cultural, e dermos a eles um tratamento comercial, podemos dar início a um processo de mudança no conceito de encarar a cultura.

Com o advento da internet, e de toda a tecnologia que nos cerca, não cabe mais, pelo menos no meu ponto de vista, a velha visão amadora e o mesmo pensamento pequeno de que a cultura não sobrevive sem apoio. Hoje, muitos que fazem cultura, já dão seus primeiros passos em busca da profissionalização de sua arte, indo ao encontro de soluções que possam viabilizar os seus projetos, e acho que esses, estão a um passo a frente.

Então, antes de simplesmente renegarem o meu artigo, ou sei lá o quê, pensem seriamente no assunto, pois a cultura não tem que permanecer como refém de uma política de migalhas, é preciso ir contra a corrente, e mostrar a real força da cultura, que pode vir a ser, e tenho certeza que será, a maior geradora de empregos do país, porque acima de tudo, a cultura vende o melhor produto do mundo, o conforto para a alma!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

COMO É BOM!

COMO É BOM...
QUANDO DUAS ALMAS SE ENCONTRAM
NO MEIO DO CAMINHO,
E CUMPREM OS SEUS DESTINOS
DE CAMINHAREM LADO A LADO,
REMANDO NA MESMA CORRENTE,
VIBRANDO NA MESMA SINTONIA,
COMPARTILHANDO CADA MOMENTO,
DE DOR E DE ALEGRIA.

COMO É BOM...
QUANDO DUAS ALMAS SE ENCONTRAM
E DESCOBREM-SE SER
UMA METADE DA OUTRA,
E CUMPREM OS SEUS DESTINOS
DE SE COMPLETAREM,
COMPARTILHANDO OS MESMOS SONHOS,
BUSCANDO A MESMA FELICIDADE,
FAZENDO DE CADA MOMENTO,
UM INSTANTE DE ETERNIDADE.

COMO É BOM...
QUANDO DUAS ALMAS SE ENCONTRAM
ATRAVÉS DE UM OLHAR,
E SE DEIXAM ENTRAR
UMA NO OUTRA,
SEM QUE NADA SEJA INVADIDO.
E SEGUEM DE MÃOS DADAS
MESMO QUE PELA ESTRADA,
AS PEDRAS SEJAM MUITAS.
POIS, QUANDO DUAS ALMAS SE ENCONTRAM
E DESCOBREM QUE ENTRE ELAS
ESTÁ O AMOR,
A RECOMPENSA VALERÁ A PENA!
E EU TENHO A CERTEZA QUE VALE!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A indústria do futuro

Talvez alguns quando lerem esse artigo não concordarão comigo, outros, até me chamarão de “sem juízo”, ou sei lá mais o quê, mas tenho aqui comigo, a impressão de que a cultura será a grande indústria do futuro, e a maior geradora de empregos do país, pois é evidente o crescimento da indústria do entretenimento, e a cultura é sem dúvidas, a principal vertente deste segmento.

Pode não parecer, ou às vezes até passar despercebido por muitos, mas a realização de uma obra cultural envolve um número enorme de pessoas, e quando isso passar a ser enxergado de uma forma mais profissional, todos sairão ganhando, e a cultura alcançará, com certeza, o status de uma grande indústria.

Vejam só o exemplo de uma simples peça teatral: Quantas pessoas são envolvidas para a realização do espetáculo? Autor, diretor, ator, atriz, iluminador, cenógrafo, músico, figurinista, produtor, divulgador, isso falando apenas na principal cadeia produtiva. Imaginem isso numa grande escala e feito de uma forma mais profissional.

A cultura do país ainda é tratada com casca e tudo, e os poucos incentivos que são dados, servem apenas para mascarar a situação de como a cultura é tratada no país, e tem o simples propósito de cumprir um dever que todo governo tem, que é o de fomentar a cultura de seu povo.

Mas, muito mais que fomentar a cultura com algumas migalhas, o governo deveria enxergar a cultura, como uma industria, tal qual ela é. E é lógico que a culpa não é só do governo, todos nós que estamos de uma forma ou de outra ligados a cultura, precisamos também, pensá-la como indústria, e aprender a gerir esse negócio.

Todos os segmentos da economia têm as suas dificuldades, não é diferente com a cultura, e não cabe aqui, ficar só atirando pedras no governo, seja ele qual for. É hora de olhar para o segmento da cultura, com olhos de empresários, e acabar com aquela máxima de que o artista é um sonhador, e tem que viver à margem da sociedade por não tem recursos.

A cultura tem a força, e é um segmento que pode e tem todas as condições de se transformar, como já disse antes, no maior pólo gerador de emprego, e já que o governo ainda não se apercebeu disso, o próprio segmento pode mostrar a sua força econômica e construir um novo modelo de cultura.

É claro que não é fácil, e é preciso de um mínimo de infra-estrutura para formatar um modelo rentável de negócio, mas se pensarmos nossos projetos muito mais além de que uma obra cultural, e dermos a eles um tratamento comercial, podemos dar início a um processo de mudança no conceito de encarar a cultura.

Com o advento da internet, e de toda a tecnologia que nos cerca, não cabe mais, pelo menos no meu ponto de vista, a velha visão amadora e o mesmo pensamento pequeno de que a cultura não sobrevive sem apoio. Hoje, muitos que fazem cultura, já dão seus primeiros passos em busca da profissionalização de sua arte, indo ao encontro de soluções que possam viabilizar os seus projetos, e acho que esses, estão a um passo a frente.

Então, antes de simplesmente renegarem o meu artigo, ou sei lá o quê, pensem seriamente no assunto, pois a cultura não tem que permanecer como refém de uma política de migalhas, é preciso ir contra a corrente, e mostrar a real força da cultura, que pode vir a ser, e tenho certeza que será, a maior geradora de empregos do país, porque acima de tudo, a cultura vende o melhor produto do mundo, o conforto para a alma!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

OS FILHOS DO DINHEIRO

NÃO TÊM COMPROMISSO PRA NADA,
A VIDA É SÓ UMA BALADA
QUE SEMPRE ACABA DE "CARA" CHEIA.
SE ACHAM ONIPONTENTES
E ENCONTRAM SEMPRE UM INOCENTE
PARA FAZER SUA FARRA.
BATEM, QUEIMAM E MATAM
COMO FOSSE UMA BRINCADEIRA.
ELES SEMPRE ESCAPAM!
O DINHEIRO FAZ SUA PARTE.
E SE ENVOLVEM COM DROGAS,
FUMAM, CHEIRAM E TRAFICAM
COMO FOSSE UMA BRINCADEIRA.
SÓ PENSAM NO QUE LHE CONVÉM
O OUTRO, NÃO PASSA DE UM "´ZÉ NINGUÉM"
QUE PRECISA E TEM QUE LHE SERVIR
POIS, ELES TÊM O PODER.
MAS, O QUE ELES PRECISAM SABER
É QUE O DINHEIRO NÃO PAGA A VIDA
E DA MORTE, NÃO FICARÃO IMPUNES.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

NÃO HÁ MAIS FICÇÃO

TUDO QUE FOR ESCRITO,
NÃO MAIS SERÁ HISTÓRIA.
NÃO EXISTE MAIS SURPRESA
QUE DÊ CONTA DA VIDA REAL.
A IMAGINAÇÃO NÃO ALCANÇA
O QUE É VISTO TODO DIA.
HÁ TEMPOS, A ARTE É OBRIGADA
A IMITAR A VIDA,
QUE SE MOSTRA FEROZ,
QUE DE TÃO VELOZ,
ATROPELA A LÓGICA,
ACABA COM A MÁGICA,
E DE FORMA SEMPRE TRÁGICA,
MARCA A VIDA DA GENTE,
TEM SEMPRE UM INOCENTE
PAGANDO A CONTA,
E NO FINAL DE TUDO,
O QUE PODIA SER UM ABSURDO,
COISA DE FICÇÃO,
NOS ARREGALO OS OLHOS,
CAUSANDO TAMANHA INDIGNAÇÃO.
NÃO HÁ IMAGINAÇÃO
PARA NOVELA DA VIDA
QUE É MIL VEZES CRUEL
QUE É MIL VEZES PIOR
DO QUE SE POSSA INVENTAR.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Oração para um povo descrente

Perdoa, ó Pai!!
O que fez esse pai de família.
Ele não teve escolha.
Foi apenas uma reação
De um povo descrente,
Que perdeu a fé,
Que não enxerga justiça!

Perdoa, ó Pai!
O que fez esse pai de família.
Ele não teve saída.
Foi apenas o necessário
Para um povo descrente,
Que perdeu a fé,
Que não enxerga justiça!

Perdoa, ó Pai!
Não condene esse pai.
Pois, não é dele a culpa,
Ele se viu sozinho,
Totalmente descrente,
Sem um fio de esperança,
De ver sua família crescer!

Pedoa, ó Pai!
Não julgue esse pai.
Não foi um gesto pensado
Ele se viu sozinho,
Totalmente descrente,
Não viu futura nessa criança,
Que quis lhe fazer morrer!

Perdoa, ó Pai!
Pois ele faria tudo de novo
E não sentiria remorso
Porque cansou de ver seu povo
Descrente e sem fé!
Vivendo a mercê do perigo,
Enquanto quem pode mudar,
Discursa suas palavras ao vento!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Os espetáculos individuais

Há uns tempos atrás, espetáculos com um único ator em cena eram somente os classificados como monólogos, não que eles caíram em desuso, eles continuam sendo encenados, visto que, volta e meia, algum ator famoso sai em temporada mostrando o seu espetáculo individual. Mas hoje em dia, vem crescendo uma outra forma de espetáculos individuais, que diferentemente dos monólogos, não são apresentados apenas em teatros.

Esses espetáculos, geralmente baseados em esquetes, e apresentados por atores, que na sua maioria, possuem uma grande veia cômica e uma boa habilidade de dramaturgia, têm feito muito sucesso em casas noturnos, bares e pizzarias, sobretudo nos grandes centros urbanos.

Sinais dos tempos? Acho que não! Apenas uma alternativa que os atores encontraram para poderem exercer sua arte e conseguirem sobreviver de uma forma digna, diante de tanta falta de apoio que se tem, principalmente quando se pensa em montar um espetáculo teatral.

Muito embora o seu formato se assemelhe muito mais a um show do que a um teatro propriamente dito, nesses espetáculos individuais, os atores têm a chance de mostrarem o quanto são talentosos, conquistando um público cativo e o tão sonhado reconhecimento.

Como o que importa é a arte e o exercício do ator se faz necessário sempre, esses espetáculos individuais fazem muito bem ao ator, e não deixam de ser uma boa alternativa para o público que não tem o hábito de freqüentar um teatro.

Talvez, esse seja apenas um movimento momentâneo, algo que o ator tenha sido obrigado a “inventar” a fim de encontrar uma alternativa viável para sua arte, e com certeza, lá no fundo, só tem uma intenção, fazer do ator, o que o de fato ele é, uma caixa de ressonância do mundo em que vive.

Portanto, enquanto o apoio for limitado e disponível apenas à uma minoria, que o ator possa então, levar sua arte na forma que puder e da maneira que quiser, pois, é certo que assim, o ator fortalece sua interpretação, e com os constantes exercícios do improviso sempre presentes nesses espetáculos individuais, se aprimora ainda mais na sua arte.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

DEPOIS DO CARNAVAL

OS CONFETES FICARAM PELO CHÃO
TUDO CHEGOU AO FIM
NA BOCA, O BEIJO ROUBADO
DE ALGUÉM NA MULTIDÃO
AINDA TEM SABOR DE QUERO MAIS
AS SERPENTINAS SOBRE OS FIOS
NÃO DEIXAM ESQUECER DA FOLIA
NOS OLHOS, O BRILHO DE QUEM
BEIJOU PELA PRIMEIRA VEZ
AINDA RELUZ ALEGRIA DE MAIS.
AH, O CARNAVAL!
JÁ FORAM TANTOS...
MAS, AS HISTÓRIAS SE REPETEM
TAL QUAL UM RITUAL
QUE É SEGUIDO FIELMENTE
ELE SOBREVIVE.
E QUANTOS AMORES ARDENTES
PERDURARAM DEPOIS DO CARNAVAL?
NÃO IMPORTA!
CARNAVAL É TEMPO DE EXTRAVASSAR,
DE SE APAIXONAR,
NEM QUE SEJA POR UMA NOITE.
NEM QUE SEJA PELA MESMA PESSOA,
OU TALVEZ POR VÁRIAS PESSOAS.
POIS, DEPOIS DO CARNAVAL,
A VIDA FICA MUITO BUROCRÁTICA,
TUDO FICA MEIO SEM GRAÇA
E TODOS FICAM MAIS INIBIDOS.
ENTÃO, QUE CHEGUE LOGO O OUTRO CARNAVAL.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Uma questão de fé

Chovia naquela penúltima noite do ano, na areia da praia molhada pela chuva, os "filhos" de santo preparavam a cerimônia para despedida de mais um ano. Uma a uma, cada imagem era ajeitada num altar improvisado, enquanto uma jovem de cabelos loiros vestida como Iemanjá, ajeitava-se em um banquinho desconfortável. Não demorou muito, e as pessoas começaram a rodear aquele círculo formado pelos "filhos" de santo que iniciavam a chamada “gira”.

Ainda chovia quando os atabaques começaram a dar o ritmo para os pontos de cada santo, e entre todas aquelas pessoas que circundavam a roda, umas exprimindo sua fé, outras nem tanto, e outras tantas apenas assistindo por pura curiosidade, uma pessoa se destacou.

O corpo franzino daquela moradora de rua, de pele escura, e que acompanhava com palmas o som dos atabaques, logo chamou a atenção, principalmente pelo jeito natural com que se manifestava a cada cântico entoado, aquilo lhe era familiar, como já tivesse feito parte daquele ritual outras vezes.

Um a um, cada "filho" de santo recebia os seus orixás, seus caboclos, seus baianos, seus marinheiros, seus exus e pombas-gíras, e aquela moradora de rua, ali, derramando sua fé, como quem não tivesse perdido as esperanças de abandonar aquela vida a qual parecia estar condenada.

E ao fim, enquanto a mãe de santo organizava com os seus “filhos”, o cortejo em que a jovem vestida de Iemanjá seria conduzida, juntamente com uma pequena embarcação cheias de oferendas que se seriam entregues para a Rainha do Mar, aquela moradora, apanhou uma rosa que havia caído no chão, e respeitosamente, colocou-a dentro da embarcação.

Como uma procissão, a mãe de santo e seus “filhos”, seguiram juntamente com a jovem vestida de Iemanjá em direção ao mar, e todos aqueles que acompanhavam todo o ritual, crentes, descrentes e curiosos, trataram, por via das dúvidas, de seguir o cortejo e jogar ao mar, flores e champanhe para Iemanjá.

Perdida no meio daquele gente toda, que ao fim do ritual, eram com certeza, uma centena, a moradora de rua, com seu corpo franzino e sua feição sofrida, entrou no mar, pulou as setes ondas, saldou Iemanjá, e saiu cheia de fé, certa que seu ano novo seria diferente.