quinta-feira, 28 de agosto de 2008

NOTÍCIAS

FESTUERN coloca o teatro em pauta


Programação do VI FESTUERN
25 de agosto a 02 de setembro de 2008.
28 de agosto de 2008 (quinta-feira)

19h50min. O Pequeno Conselheiro do Rei – Paulo Sacaldassy
Grupo: Cia Teatral do JSBEscola Municipal Joaquim da Silveira BorgesMunicípio: Mossoró-RNDireção Artística: Francisco Teixeira da Silva

sábado, 23 de agosto de 2008

"ESCUTA AQUI, SEU LADRÃO!" EM MINAS

Apresentação do meu texto "Escuta aqui, seu ladrão!" pelo grupo Reflexão-Ação de Ouro Fino/MG

Apresentação do meu texto "Escuta aqui, seu ladrão!" pelo grupo Os Teatráveis de Divinópolis/MG

Apresentação do meu texto"ESCUTA AQUI, SEU LADRÃO!", pelo grupo Grande Palco de Montes Claros/MG

"QUERO APROVEITAR E AGRADECER AOS TRÊS GRUPOS MINEIROS, PELA OPORTUNIDADE DE PODER LEVAR MEU TEXTO AOS PALCOS DE SUAS CIDADES"

Cada dia uma nova história

Diferentemente de outras artes, como o cinema e a literatura, que contam histórias e as finalizam com a gravação de um vídeo e com um ponto final, respectivamen-te, nunca haverá um mesmo espetáculo de teatro, pois a cada apresentação, haverá uma nova emoção para contar a mesma história.

Talvez esteja aí, um dos motivos que motivam e acabam seduzindo ainda mais as pessoas a fazerem teatro. Essa oportunidade de contar a mesma história a cada dia e de surpreender com uma interpretação, ou ser surpreendido pela receptivi-dade da platéia, não se encontra em qualquer lugar, talvez na música se consiga algo semelhante.

Me lembro do tempo em que ainda me arriscava sobre um palco (para o bem da arte isso já ficou lá bem pra trás) e das poucas apresentações que fiz, jamais repetimos a mesma apresentação, mesmo com toda a marcação, com o mesmo texto ali na ponta da língua, nada se repetia, sempre parecia algo inédito.

O teatro é bem mais do que muitos pensam e a sua grandiosidade ainda não foi devidamente compreendida a ponto de receber o entendimento que merece. A ponto de quem sabe, ser compreendido tal qual o cinema, por exemplo. Sem entrar no mérito disso ou daquilo, mas por que uma história registrada em vídeo, que capta a emoção do momento de sua gravação, consegue ter mais cartaz do que uma história que, a cada dia, pode ser contada com uma emoção diferente em cima de um palco?

Acho que o caráter marginal do teatro explique um pouco isso, mas, talvez tam-bém esteja aí, outro ponto que leva as pessoas a se apaixonarem por ele, pois essa arte marginal que subverte a ordem das coisas e que não está presa a paradigmas de estéticas e de formatos, pode contar suas histórias e fazer com que as pessoas que as interpretem, se entreguem sem receios, experimentem, ousem, reinventam o ser humano a cada dia e sempre de um jeito diferente, algo que o cinema jamais será capaz.

Feliz o artista que faz do teatro a sua arte e pode experimentar a cada dia uma nova maneira de contar uma mesma história. E feliz também, aquele que tem a oportunidade de assistir a um espetáculo por várias vezes, pois estará sempre tendo a oportunidade de ver contada uma história de forma diferente.

sábado, 16 de agosto de 2008

O prazer de fazer

Quando alguém se dispõe a entrar para um grupo de teatro e se deixa picar pelo tal bichinho da arte, acaba entendendo o porque de muitos atores se identificarem com o teatro. Muitos até só se entregam de verdade, quando estão em cena em cima de um palco. Por quê? Porque o prazer de fazer é o que basta.

É no teatro que a carpintaria de se esculpir uma personagem pode ser executada até a perfeição. É no teatro que a psicologia de se entender uma personagem é buscada e rebuscada até a compreensão total. É no teatro que o ator exercita sua improvisação. É no teatro que o ator expõe sua alma.

É claro que atores experientes e de grande talento, são capazes de realizar um bom trabalho, tanto na televisão, quanto no cinema, afinal de contas trata-se de uma profissão e o ofício de sua arte deve ser realizado pelo ator seja lá aonde for. Mas prazer de fazer, só o teatro lhe dá.

Quem se aproveita da fama instantânea para se lançar sobre um palco, indo atrás de vil metal e aplausos sob flash's reluzentes, jamais vai entender porque tantos atores abrem mão de aparecerem na mídia para poderem se dedicar de forma plena ao teatro, por mais dura que seja essa vida. O prazer de fazer é capaz de suprir necessidades inimagináveis.

Ator de teatro é capaz de passar uma vida inteira fazendo o seu ofício de forma amadora, sem se importar com o sucesso, sem pensar em fama, pois o prazer de fazer é o alimento que o faz continuar, aprendendo, aprendendo e aprendendo e será o que lhe levará ao estrelato, se a sorte lhe abraçar. Não é a busca do sucesso que importa, apenas o prazer de fazer.

Talvez por isso tudo, muitos achem que ator não passa de um louco, mas o prazer de fazer da insanidade um ato lúcido, ou vice-versa, nenhum cidadão normal é capaz de entender e jamais entenderá. Só quem tem o teatro na alma sabe o quão bom é, o êxtase de uma apresentação. Porque fazer por prazer, só no teatro se é capaz.

sábado, 9 de agosto de 2008

O teatro e a mídia

Venho percebendo através das solicitações que recebo pedindo autorização para montagem de textos de minha autoria, que o teatro está presente em todas as cidades, até mesmo nas mais longínquas e distantes cidades, o que me remete a pensar, que de certa forma, o teatro sofre de um grave problema, a falta de apoio da mídia.

Se existem pessoas procurando levar cultura através do teatro, mesmo em pequenas cidades, isso mostra que de alguma maneira, o teatro é popular, sim, pois se fizermos uma pesquisa pelo país, os números serão surpreendentes. Então, o problema da popularização do teatro é puro abandono da mídia.

O dia que houver uma massificação da mídia abrindo espaço para o teatro, com certeza haverá uma mudança de comportamento na população que será notada a olho nu, pois a mídia não tem idéia de quantas pessoas estão envolvidas com o teatro por todo país, seja de forma amadora ou profissional.

Acho que a mídia não dá o tratamento que o teatro merece, são poucos os veículos de comunicação que abrem espaço para falar dessa arte, a não ser quando tem alguém famoso envolvido no projeto, mesmo assim, não tem a mesma abertura que a música tem. É certo que com a internet, o teatro tem conseguindo de alguma maneira, um espaço maior para a divulgação, mas nada se compara com o poder que toda a mídia tem. Já pensou a mídia trabalhando de verdade a favor do teatro?

Parece que o teatro é o primo pobre da família, sempre rejeitado, que precisa viver de esmolas, de favores, mas que volta e meia é lembrado quando se quer mostrar algum trabalho com comunidades carentes e a importância do teatro na melhoria da vida daquela comunidade. Será que o teatro só é bom mesmo apenas como instrumento social? Se a mídia sabe da importância do teatro na vida das pessoas, por que lhe dá esse tratamento?

A população é ávida por teatro, não é difícil perceber isso, basta ir a qualquer apresentação onde a entrada seja grátis. As pessoas conhecem e gostam de assistir a um espetáculo de teatro, o que acontece é que muitas vezes, por não ter o espaço merecido, o espetáculo acaba não sendo divulgado e se perde a oportunidade de aproximar ainda mais, o teatro da população.

Talvez se a mídia desse um espaço maior para o teatro, não teríamos que testemunhar o sacrifício de vários abnegados, que têm sempre de implorar com um pires na mão, por patrocínios e apoios, para poderem levar o teatro ao encontro da população.

domingo, 3 de agosto de 2008

A dramaturgia e o ator

Na montagem de um espetáculo de teatro, ator e texto precisam estar numa perfeita sintonia para que a apresentação saia a contento, não é mesmo? Digamos que um bom ator acompanhado de um bom texto é como arroz com feijão, a combinação perfeita. E para que isso aconteça é preciso um envolvimento completo.

Quando um ator conhece como funciona a estrutura dramática de um texto, desde a sua concepção até o seu ponto final, o trabalho acaba sendo facilitado e a compreensão de como o autor quis contar a história, torna a concepção geral do espetáculo bem mais clara.

Do outro lado, creio que quando um autor conhece a carpintaria cênica, além do conhecimento técnico de uma estrutura dramática, aliada a sua criatividade, acaba escrevendo um texto que torna mais fácil o trabalho do ator, por isso, entendo que conhecer o processo de criação do ator, faz com que o dramaturgo escreva muito mais que simples palavras no papel.

A dramaturgia e o ator são partes de uma parceria, que quanto mais perfeita, mais sincronizada, melhor é o resultado final de um espetáculo. Há atores que não conhecem a estrutura dramática de um texto e acabam não explorando tudo o que o autor quis passar. Por outro lado, há autores que não conhecem o universo do teatro e acabam se aventurando, produzindo textos rasos, com falhas de carpintaria e de estrutura, tanto dramática, como cênica.

Quanto mais um ator conhecer o universo de um dramaturgo e vice-versa, melhor se chegará a um bom resultado. Não que seja necessário que cada qual viva na pele a função do outro, muito embora existam aqueles que têm competência para fazer os dois papéis.

O mais importante mesmo, é deixar claro que um espetáculo de teatro vai muito além do que a apresentação em um palco. É algo que começa nos textos de um dramaturgo, passa pelas mãos de um diretor e acaba nos palcos nas ações de um ator. E quanto mais sintonia houver entre todos, melhor para o resultado final.