quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

MEU GRITO

Os olhos choraram
Choraram sem querer
Eu nada pude fazer
Aquelas palavras cortaram,
Sangraram por dentro
A dor de um lamento
Que a razão não atina
Passa longe da retina
Tal desfasatez
E os olhos pararam
Pararam não para ver
Porque não tinha o que ver
Aquelas cenas cegaram,
Escureceram o momento
Não houve qualquer movimento
Não foi coisa de sina
Pois ninguém imagina
Tal insensatez
Sobrou a indignação estampada
Não sobrou mais nada
Nem lágrimas para chorar
A perplexidade calada
Com as mãos atadas
Sem voz para gritar
Mas, eu grito!
Em forma de poesia
Esperando ver um dia
Que a vida valha mais
Bem mais que as migalhas
Que ficam espalhadas
Pois as migalhas são só restos
E uma vida é muito mais.