sábado, 1 de março de 2008

A indústria do futuro - parte 2

Como disse na semana passada, a cultura tem tudo para ser a maior geradora de empregos do país, mesmo que alguns digam que não. Só para ratificar o que foi dito, estamos a beira da maior festa popular do Brasil, onde é possível se notar, o quanto a cultura pode ser um pólo gerador de empregos.

Só levando em conta as Escolas de Samba do Rio de Janeiro, o número de pessoas que são empregadas para dar vida ao teatro andante é significativo, e dá bem a idéia do que pode ser feito com os outros segmentos da cultura.

Por quê é possível se ter uma indústria do carnaval, e não se pode ter uma indústria do teatro, por exemplo? Muitos vão falar que não é bem assim, que muitas Escolas de Samba são subsidiadas por contraventores penais. Tudo bem! Então, podemos citar o carnaval da Bahia, onde os trios elétricos também são grandes geradores de empregos a serviço da cultura popular.

É claro que existe uma linha muito tênue sobre um aspecto, o de ser profissional sem perder a arte, mas acho que uma coisa pode muito bem andar lado a lado com a outra se que ambas se prejudiquem em suas finalidades.

Acredito até que se a arte for tratada com mais profissionalismo, tudo tornar-se-ia mais produtivo e talvez não víssemos tantos espetáculos de qualidade duvidosa e tanta gente sem um mínimo de preparo se colocando como artista em cima de um palco.

Talvez, um dos motivos que façam o teatro não ser tão popular assim, e haja uma certa resistência quanto a divulgação, seja justamente essa falta de profissionalismo, pois, na maioria das vezes, a paixão pela arte acaba influenciando e contribuindo para que se façam montagens que acabam por desprestigiar o teatro como uma arte rentável do seu ponto de vista de negócio cultural.

Não quero aqui, desqualificar e nem tão pouco menosprezar aqueles que fazem teatro amadorísticamente, sem maiores pretensões quanto à negócios ou quaisquer outras aspirações, apenas demonstrar que o teatro pode ser visto sob outro ponto de vista, e que deve se fortalecer como um produto, pois tem de estar preparado para integrar a essa grande indústria da cultura, que ao meu ver, em um futuro não muito distante, se tornará a maior geradora de empregos do país.
Se é possível fazer com que outros segmentos da cultura tenham pólos geradores de empregos, como o cinema e o carnaval, por exemplo, por que não se pode fazer isso com o teatro?

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