sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Choro de Infância

Ontem eu parei defronte as minhas lembranças de infância, e chorei, chorei como aquele menino que queria a todo custo ficar na rua até o último suspiro da lua, que tinha a liberdade qual passarinho. Chorei de saudade dos tempos idos. Mas o tempo é inexorável e impiedoso... Chorei de saudades dos tempos do futebol no meio da rua, das pipas no céu, das brincadeiras, das festas americanas, dos namoricos com e sem importância, dos amigos que se perderam pela vida e daqueles que a morte levou. Chorei, pois hoje eu tenho a certeza mais que absoluta, que minhas filhas jamais irão viver a felicidade de minha infância, jamais vão conhecer a felicidade das brincadeiras inocentes, jamais conhecerão o verdadeiro sentido de um presente, aquele feito de madeira, mas que tinha o significado do "olha, não esquecí de você". Chorei de saudade dos amigos, dos vizinhos, dos campeonatos de pé no chão, até das pessoas com as quais eu nunca tive tanta intimidade. Chorei minhas lágrimas de saudades, que desciam pelo meu rosto com o gosto de "quero mais", mas fiquei com a certeza que de fato eu fui feliz.

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